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Gouveia e Melo diz que "há tempo para tomar decisões"
O ex-Chefe do Estado Maior da Armada afirmou hoje que “há tempo para tomar decisões”, dizendo estar a exercer a sua liberdade cívica “sem pressa”, e recusou estar a alimentar um tabu sobre uma eventual candidatura a Belém.
Henrique Gouveia e Melo participou hoje num debate sobre “O Papel de Portugal no mundo" com o vice-presidente da Assembleia da República e presidente da Assembleia da NATO, o deputado do PS Marcos Perestrello, organizado pela SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social) jovem, que decorreu num auditório completamente cheio e com pessoas em pé na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
No final, questionado pelos jornalistas como tinha ouvido as boas-vindas que, na véspera, os candidatos presidenciais Marques Mendes e Mariana Leitão lhe tinham dado à “maratona presidencial”, respondeu: “Bem, eles deram-me as boas-vindas, não significa que eu tenha chegado à campanha presidencial”.
“Há muito tempo para decidir, há muito tempo para refletir, não há necessidade de nenhuma pressa. E hoje estou a fazer o meu percurso. Acabei de sair das Forças Armadas, deixei um tempo a me distanciar das Forças Armadas e estou a intervir no espaço público com a minha opinião”, afirmou.
Gouveia e Melo salientou que, depois de sair das Forças Armadas, esta é primeira vez que tem “liberdade cívica” para falar de outros assuntos, enquadrando o artigo publicado na sexta-feira no semanário Expresso nessa participação cívica.
“Evidentemente, sinto o apoio de muitos portugueses, sinto-me sensibilizado por esse apoio. No entanto, a minha participação cívica é a que eu acho que devo fazer, não vou ser forçado a nenhuma participação que eu não quero, isso faz parte da minha liberdade”, afirmou, recusando estar a alimentar qualquer tabu.
Questionado se sente poder ser mais beneficiado por não anunciar já uma candidatura a Belém, respondeu: “A questão é que há tempo para tomar um conjunto de decisões e há tempo para fazer um conjunto de coisas. E eu, neste momento, vou usar o tempo que acho que tenho que usar”, afirmou.
Questionado se sente poder ser mais beneficiado por não anunciar já uma candidatura a Belém, respondeu: “A questão é que há tempo para tomar um conjunto de decisões e há tempo para fazer um conjunto de coisas. E eu, neste momento, vou usar o tempo que acho que tenho que usar”, afirmou.
Já interrogado sobre como e quando vai desfazer o tabu em torno da candidatura a Belém, começou por dizer não ter nenhum, acrescentando depois que “não é aqui” que o iria esclarecer.
“Não é nenhum tabu, porque o tabu é a tentativa de criar uma determinada agenda e uma determinada resposta a essa agenda. As agendas são feitas pelas pessoas e pelos intervenientes”, disse.
Henrique Gouveia e Melo admitiu que as férias que tinha pré-anunciado quando deixou o cargo de CEMA já acabaram.
“Naturalmente, tinha que fazer um período de descanso. No entanto, a minha intervenção cívica vai continuar e só é limitada pelo interesse ou não que a população tenha nessa intervenção”, acrescentou.
Sobre as críticas de alguns candidatos presidenciais às ideias que manifestou no artigo no Expresso – como a de que os Presidentes devem ser independentes dos partidos -, disse que “são perfeitamente legítimas nas sociedades democráticas, tal como as ideias”.
“Neste momento, a minha participação cívica foi fazer um artigo, julgo que era um artigo, na minha perspetiva, interessante, esse artigo teve respostas também que são naturais, faz parte”, disse.
Na passada sexta-feira, Gouveia e Melo assinou um artigo de opinião no semanário Expresso, intitulado "Honrar a Democracia", no qual sem nunca assumir uma candidatura a Belém, explica a sua visão sobre o papel do Presidente da República, defendendo que deve ser "isento e independente de lealdades partidárias".