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Mar avançou mais de 30 metros na Praia da Barra
O mar avançou mais de 30 metros na Praia da Barra nos últimos dias, destruindo parcialmente o passadiço de proteção dunar que ligava à Costa Nova, e a situação pode piorar, alertou hoje o presidente da Câmara de Ílhavo.
“Neste momento não há pessoas e bens em risco, mas de um momento para o outro podemos ter estragos brutais, nomeadamente os concessionários perderem os seus equipamentos”, relatou à Lusa João Campo Largo.
O presidente da Câmara de Ílhavo considera que “o pico ainda não passou” e que “só lá para maio o mar acalma” e lembra o que se passou em 2014, em que o mar entrou na Costa Nova, destruindo vários bares de praia.
“Neste momento, se o mar galgar o esporão, teremos a erosão a caminho da Barra”, comentou o autarca, que hoje reuniu com representantes da Agência Portuguesa do Ambiente para se inteirarem da situação.
No final do encontro, João Campolargo disse à Lusa que a solução apontada passa pela deposição de areias para proteger a linha de costa, mas tal implica um acordo a celebrar entre a Agência Portuguesa do Ambiente e a administração portuária.
“Esse acordo tem de ser feito para aproveitar a próxima dragagem que o Porto de Aveiro vier a fazer e depositar ali os sedimentos, mas ainda não há datas para essa intervenção”, afirmou João Campolargo.
O presidente da Câmara de Ílhavo lamenta que desde 2019 não tenha sido feito o reforço com a recarga de areia naquelas praias: “reagimos sempre após a consequência, quando mais vale prevenir do que remediar”.
“Só quando virmos máquinas no terreno e a deposição da areia é que ficaremos realmente tranquilos”, declarou.
O presidente da Câmara de Ílhavo salienta que as zonas de maior risco, entre Ovar e a Marinha Grande, devem ter uma atenção redobrada por parte do Governo, que deve disponibilizar um pacote financeiro adequado às intervenções que se demonstrem necessárias.
“É preciso saber quem faz o quê e com que dinheiro”, diz João Campolargo, referindo nomeadamente a manutenção e recolocação dos passadiços, que requer verbas de que os municípios, por si só, não dispõem, sugerindo que a reposição possa ser feita através da sociedade que sucedeu à Polis, a RiaViva, devidamente municiada com recursos financeiros para esse efeito.
“Competindo à Agência Portuguesa do Ambiente estas matérias, é preciso perceber então quem é que o faz, para depois não serem sobrecarregadas as autarquias”, afirma.