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Tok’Andar dá a conhecer Porto de Mós ao longo de 23 percursos
Após duas décadas a promover caminhadas pelo concelho de Porto de Mós e cerca de 28 mil participantes ao longo de 20 edições, o Tok’Andar regressa em março, com um total de 23 percursos, distribuídos pelas dez freguesias.
O evento, que permitiu já palmilhar cerca de 1.750 quilómetros desde a sua criação, continua a crescer e a querer afirmar-se como um evento cada vez mais sustentável.
A partir de março, haverá caminhadas todos os domingos, durante cinco meses, organizadas pelas várias associações locais. Das 23 caminhadas previstas para a 21.º edição do Tok’Andar, três delas serão noturnas, permitindo uma experiência diferente no contacto com a natureza.
Para o presidente do município, Jorge Vala, o Tok’Andar é um evento já consolidado no concelho, fundamental para reforçar a identidade e a coesão do território.
“Esta é uma iniciativa que reforça aquilo que nós defendemos sempre: a coesão territorial e também a coesão social de um concelho muito heterogéneo e sobretudo um concelho com grandes diferenças paisagísticas”, explicou o presidente do município de Porto de Mós, Jorge Vala, que deu conta que, atualmente, o concelho de Porto de Mós tem homolgados cerca de 700 quilómetros de percursos pedonais, cicláveis e equestres.
Na sessão de apresentação, que se realizou na segunda-feira, o líder do executivo portomosense, Jorge Vala destacou ainda o compromisso dos participantes com a iniciativa, tendo em conta que em 2024, cerca de 20 pessoas carimbaram, no seu passaporte, 15 caminhadas.
Já na perspetiva do vice-presidente do município, Eduardo Amaral, o projeto Tok’Andar permite, para além da descoberta da natureza e do património do concelho, ajudar as associações que “não têm atividade organizada”, envolvendo-as na organização de cada uma das caminhadas. "O evento também traz todo um conjunto de ofertas diversificadas associadas à gastronomia que são também elas geradoras de receita e de oportunidades para que estes clubes e associações se possam manter", salientou.
De referir que este ano, o NEL - Núcleo de Espeleologia de Leiria vai juntar-se ao Tok'Andar, promovendo também uma das caminhadas, que terá como ponto de partida a casa-abrigo da associação, localizada na freguesia de S. Bento.
Na sua intervenção, Eduardo Amaral, alertou que, à semelhança dos anos anteriores, este projeto “precisa de quem acompanhe” e de “um responsável de segurança para que as pessoas não tenham medo de voltar à Serra”. “Isto é uma forma de poder trazer pessoas para o território para que elas possam descobrir o nosso património, mas sobretudo para que possam voltar", destacou.
Além do exercício físico, o Tok'Andar procura proporcionar uma experiência cultura e histórica, promovendo a partilha de “lendas, histórias e tradições” de todo o concelho. “Há muita gente que vem só para caminhar, mas há muitas pessoas que vêm para levar história associada”, frisou Eduardo Amaral, salientando a importância de, durante as caminhadas, contar histórias sobre o património que pode ser apreciado ao longo dos trilhos. “As pessoas podem e devem levar mais do que uma perspetiva de saúde e do exercício”, acrescentou.
Por seu turno, Nélio Durão, que pertence ao gabinete do Desporto do município de Porto de Mós, reforçou alguns dos principais objetivos do projeto, entre os quais, “estimular a aventura e a descoberta da fauna, da flora e da paisagem” e “promover a preservação e conservação do património”, tal como o exercício físico.
O responsável esclareceu ainda que serão entregues vários prémios no final do evento, em função do total de caminhadas de cada participante.
Rumo a em ecoevento
A preocupação ambiental tem vindo a ganhar destaque e, nesta edição de 2025, a sustentabilidade é uma das principais apostas da organização. O Tok'Andar quer consolidar-se como um ecoevento, promovendo boas práticas ambientais, com a separação de resíduos e a preservação dos trilhos. A Valorlis -Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos mantém-se como parceira do evento e vai ceder alguns meios e equipamentos que possam ajudar à separação de resíduos, além da realização de várias ações de sensibilização.
“Queremos que seja um ecoevento. Temos que dar passos mais arrojados, porque se delapidarmos o património, também iremos deixar de ter vantagens no futuro”, salientou, acrescentando que é “numa perspetiva ambiental” que o evento se pretende posicionar. “Queremos posicionar-nos cada vez mais nesta defesa do património que é de todos e, por isso, já que temos pessoas que usufruem e querem andar na Serra [de Aire e Candeeiros], nada melhor do que conseguir passar esta mensagem. “Para as associações também é importante termos aqui este foco. Não basta unicamente termos um número de pessoas associadas ao evento sem que elas sintam a necessidade de lá voltar e de não encontrarmos lixo espalhado”, sublinhou.
O Tok’Andar, com inscrição gratuita, terá início no dia 9 de março, com a caminhada ‘Rota do Veado’, na freguesia de Cabeça Veada, e termina a 29 de junho, com a ‘Rota do Vento’, pela vila de Porto de Mós.
Veja o vídeo com declarações do presidente da autarquia, Jorge Vala: