Chaimites, soldados, metralhadoras e… a melhor banda rock do mundo
Os comboios largavam “multidões” na estação, que caminhavam pelas ruas da vila em direção ao local do “culto”. Na avenida que levaria ao Pavilhão do Dramático, filas de chaimites com dezenas de soldados armados de metralhadoras, formavam uma espécie de “guarda de honra”, que mais não era que uma tentativa de repor uma ordem que parecia poder não existir. O cenário era a idílica vila de Cascais.
Chegados ao local, não era difícil perceber que aquela multidão era muito maior do que o espaço disponível dentro do pavilhão. Havia os que tinham bilhete, os que tinham ido ao concerto do dia anterior e resolveram aparecer (sem bilhete, há muito esgotados), e (eventualmente) os que apenas tentavam a sua sorte, numa época propícia a experiências fora da caixa.
À entrada do pavilhão, perante a multidão efervescente, não era possível, não foi possível, qualquer gestão de entradas ou conferência de bilhetes. Os portões “rebentaram”, e milhares entraram de rompante num pavilhão que – imagine-se - tinha a chamada plateia, repleta de banais cadeiras de madeira. A ordem seria reposta a tiros para o ar, dentro do pavilhão, e os que tinham bilhetes, simpaticamente, dividiriam as costas das cadeiras com os que não tinham bilhetes. Não houve mortos, não houve feridos, mas houve obviamente confusão e (algum) medo, principalmente por parte dos músicos que iriam atuar. Segundo reza a história, foi questionada a realização do concerto, mas as eventuais reações dos milhares presentes na assistência, levou à realização do segundo concerto daquela que era então.
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