A Lenda do Cavalo Morto e a Ilusão da Guerra Sem Fim
A lenda do cavalo morto ensina-nos que há batalhas que simplesmente não podem ser vencidas. Insistir significa apenas prolongar o inevitável, desperdiçando recursos e energia num caminho sem saída. Esta metáfora aplica-se de forma alarmante ao conflito na Ucrânia, onde o mundo parece preso a uma lógica de guerra sem um plano concreto para a paz. Sou contra a invasão russa; Putin não tem autoridade para invadir um país soberano, ponto final. Mas alimentar a guerra indefinidamente, sob o pretexto de ajudar a Ucrânia, também não é solução. A cada dia que passa, perdem-se vidas, cidades são reduzidas a escombros e milhões sofrem. Quem realmente ganha com este cenário? Apenas os senhores da guerra, as indústrias de armamento, os que lucram com o prolongamento do conflito.
Fala-se de apoios bilionários: 100 mil milhões de dólares dos EUA e 800 mil milhões de euros da União Europeia, dos quais 300 milhões são provenientes de Portugal. Números astronómicos que nos fazem questionar: até quando? Desde o início do conflito, insiste-se na via militar, mas falta um esforço sério para um cessar-fogo. A guerra não pode ser vista como um jogo de tabuleiro onde as peças são descartáveis. Os que morrem não são apenas soldados; são pais, filhos, maridos, esposas. As infraestruturas destruídas não são apenas alvos estratégicos; são lares, hospitais, escolas.
Não consigo aceitar que o Estado português, que tantas vezes alega falta de fundos para investir em saúde, educação ou infraestruturas, tenha milhões para enviar para uma guerra da qual não beneficiamos diretamente. É dinheiro dos contribuintes. É dinheiro que falta no SNS, nas escolas, na segurança social.
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