O vício das eleições que lavam mais branco
A marcação de novas eleições, pela terceira vez em quatro anos, é a demostração plena da irracionalidade do nosso sistema político, mas também a verificação de que a desqualificação da classe política é uma realidade crescente ao longo do meio século de democracia.
A causa desta crescente desqualificação dos dirigentes políticos, como tenho denunciado, resulta de na sua origem a escolha dos deputados ser feita pelas hierarquias partidárias, em grande parte pelos chefes partidários, por razões de fidelidade há manutenção do chefe no poder, através de escolhas feitas à sua semelhança. Ou seja, a cada ciclo político os novos escolhidos são menos sérios, menos competentes e menos qualificados do que os anteriores, isto é, as decisões que resultam dos deputados na Assembleia da República e dos governos são cada vez piores e mais desligadas da realidade e das necessidades nacionais. Razão por que na generalidade dos países europeus a escolha é feita pelos cidadãos eleitores. Por exemplo: na Irlanda cada grupo de deputados de cada distrito é proposto pelo partido, mas os eleitores escolhem a ordenam os nomes em quem votam, certamente de acordo com a qualidade que distinguem em cada candidato. Melhor, quando um eleito anteriormente não se comporta de acordo com as promessas feitas, ou com a ideia que se tenha dele, é colocado pelos eleitores no fim da lista, isto é, não é eleito no próximo escrutínio.
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