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Parecer negativo de Alcobaça a linha de Alta Velocidade

Município é desfavorável ao projeto por implicar a demolição de cerca de 40 casas no concelho.

A Câmara de Alcobaça vai emitir parecer negativo ao estudo de impacto ambiental (EIA) da futura linha de alta velocidade (LAV) Lisboa–Porto, por implicar a demolição de cerca de 40 casas no concelho.
“A Câmara vai enviar amanhã [sexta-feira] um parecer desfavorável porque este projeto é de interesse nacional, mas tem impactos negativos para o concelho”, afirmou o presidente do município, Hermínio Rodrigues, numa sessão pública de esclarecimento sobre a passagem da Linha Ferroviária de Alta Velocidade neste concelho.
Na sessão, que contou com cerca de três centenas de pessoas interessadas em tirar dúvidas sobre os impactos do traçado, o autarca disse considerar que, entre os dois traçados propostos (o A e o B), “o B é mais favorável”, mas ainda assim, a autarquia vai pronunciar-se desfavoravelmente porque “estão em risco de demolição 41 casas”.
Hermínio Rodrigues defendeu ainda que, na zona de Aljubarrota, após um troço em que os dois traçados se juntam, passe a ser seguido o traçado A porque “manter o trajeto B implicaria demolir muito mais casas”. O projeto, que esteve em consulta pública até sexta-feira, poderá também implicar a deslocalização de empresas na freguesia de Turquel, entre outros “prejuízos” apontados na sessão, que não contou com a presença de qualquer representante da Agência Portuguesa do Ambiente, da REFER ou da Infraestruturas de Portugal (IP).
No concelho de Alcobaça, o traçado da Linha Ferroviária de Alta Velocidade entre Porto e Lisboa afeta as freguesias de Benedita, Turquel, Évora de Alcobaça, Aljubarrota, União de Freguesias de Coz, Alpedriz e Montes e União de Freguesias de Pataias e Martingança.
Em discussão está o troço Soure - Carregado, que contempla uma estação em Leiria, atravessa os concelhos de Rio Maior, Azambuja, Alenquer, Cadaval, Caldas da Rainha, Alcobaça, Porto de Mós, Leiria, Marinha Grande e Pombal.
No estudo de impacto ambiental, encomendado pela IP e agora em consulta pública, há duas soluções para este troço, A e B. A primeira tem quase 116 quilómetros e a segunda pouco mais de 117 quilómetros, apresentando-se várias alternativas de traçado segundo as soluções base.
A linha de alta velocidade Porto-Lisboa, em via dupla eletrificada, vai permitir uma velocidade máxima de 300 quilómetros/hora e destina-se exclusivamente a tráfego de passageiros.
A consulta pública do estudo de impacto ambiental terminou na sexta-feira passada.

Março 24, 2025 . 08:00

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