
Leiria já faz parte da Rede Portuguesa de Arquivos
A autarquia de Leiria formalizou ontem a adesão à Rede Portuguesa de Arquivos (RPA) numa cerimónia celebrada entre o município e a Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB).
Esta assinatura “simbólica” marca um passo “muito importante” para a estratégia da autarquia, explicou o presidente da Câmara, Gonçalo Lopes, acrescentando que “uma comunidade sem história não consegue fazer planeamento eficaz e portanto ter o arquivo municipal, devidamente preparado para dar resposta ao futuro é sempre importante”.
Gonçalo Lopes destacou que esta cooperação entre a autarquia e a DGLAB possibilitará um trabalho em rede com outros municípios e com outras instituições nacionais e internacionais, o que num período de “perceções” irá contribuir para que as “perceções erradas” sejam “vencidas”.
O Diretor Geral da DGLAB, Luís Santos, elogiou as escolhas administrativas da autarquia no âmbito do reforço da “transparência perante a cidadania e da transparência perante o cidadão”, já que “são poucos os municípios que têm tantos trabalhadores [no arquivo municipal], e isso só prova que o arquivo está no topo das prioridades” do executivo.
Com a assinatura do 50º acordo de cooperação celebrado pela DGLAB, Luís Santos reforçou que os arquivos são “o local onde se constroem as identidades das comunidades”, destacando a importância da adesão de mais municípios para que se possa pensar “numa lógica intermunicipal” que facilitará a circulação de informações e a “transparência administrativa”.
Já a vereadora com o pelouro do Arquivo Municipal, Catarina Louro, afirmou que com a pertença à RPA será possível pesquisar ‘online’ documentação que antes tinha de ser procurada nos “vários quilómetros de papel que o arquivo municipal tem”, o que visa responder ao elevado número de pedidos de consulta, uma vez que apenas em 2024 foram registados 11.500 pedidos de acesso a documentos, o que representa uma média de 40 requisições por dia útil.
Catarina Louro enalteceu também a equipa do arquivo municipal, que desde 2019 “digitalizou 1,5 milhões de ficheiros”, o que reforça “a estratégia interna da Câmara de valorização do seu património” e a garantia da construção de uma “memória institucional” para que “as próximas gerações consigam rapidamente aceder à informação”.
O Arquivo Municipal de Leiria é responsável pela organização, preservação, conservação e acesso à documentação, que remonta a 1752. A informação arquivística é organizada segundo as áreas de atuação das respetivas entidades e classificada conforme os critérios utilizados à época da sua produção.
À Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, por sua vez, compete executar uma política nacional de arquivos, promover a criação, edição e leitura de literatura portuguesa, bem como estimular a leitura pública, nomeadamente através da consolidação e expansão da rede nacional de bibliotecas públicas, refere a Câmara de Leiria em nota de imprensa.