
"O turismo português está num ponto de viragem e é essencial assegurar que o crescimento futuro seja equilibrado e benéfico"
O que o levou a concorrer à presidência da Turismo Centro de Portugal?
A minha paixão pelo turismo é de longa data e tem-se intensificado ao longo dos anos, sobretudo pelo trabalho que desenvolvi na Nazaré, que se tornou uma referência nacional e internacional. O impacto positivo dessa transformação não se ficou pela Nazaré — alargou-se a todo o país. O reconhecimento desse trabalho, a paixão e formação que tenho no setor, aliadas aos incentivos que fui recebendo de empresários, agentes do setor e autarcas, levaram-me a aceitar este novo desafio. Acredito que é possível replicar e ampliar esta visão estratégica em toda a região Centro, que tem todos os recursos — humanos, naturais e culturais — para estar no centro da política de desenvolvimento turístico do país. Uma política em que o Interior e o Litoral são um só e em que todos os projetos devem ter uma visão alargada a todo o território.
Esteve na BTL há poucas semanas, como “sentiu” este setor, tão importante para a economia nacional?
A BTL foi a confirmação da vitalidade, resiliência e ambição do setor. Encontrei um setor motivado, cheio de ideias e com uma enorme vontade de inovar e crescer. Mas também senti preocupação com a necessidade de reforçar estratégias que integrem sustentabilidade, digitalização e descentralização. O turismo português está num ponto de viragem e é essencial assegurar que o crescimento futuro seja equilibrado e benéfico para todos os territórios.
No caso concreto do Centro de Portugal, o que deve ser feito para fazer desta uma região ainda com melhores resultados nesta área?
O Centro é a região mais diversificada do país em termos turísticos. Neve, praia, termalismo, surf, património, gastronomia, enoturismo, turismo religioso ou de natureza: temos tudo num só território. O nosso plano assenta em três pilares: reforço da cooperação entre sub-regiões, inovação e sustentabilidade. Propomos criar conselhos consultivos regionais de forma a que todos tenham voz, potenciar a digitalização com ferramentas inteligentes e promover ativamente o turismo inclusivo, regenerativo e acessível. Só com uma estratégia integrada e coesa conseguiremos captar mais visitantes e distribuir melhor os fluxos turísticos.
Se vencer as eleições desta quinta-feira, qual será a sua primeira medida?
A criação dos Conselhos Consultivos Regionais será uma das primeiras medidas. Quero ouvir o território — os empresários, os autarcas, as associações e os agentes locais — para que a estratégia da Turismo Centro de Portugal seja verdadeiramente partilhada, enraizada e eficaz. A partir daí, construiremos em conjunto um plano de ação que responda aos desafios concretos de cada sub-região e aproveite ao máximo as suas potencialidades.