Veterinário faz serviços ambulatórios de endoscopia e laparoscopia

O veterinário Rui Bio é especialista num “nicho” de mercado que é muito requisitado por clinicas veterinárias, pelo que foi com naturalidade que há muitos anos teve a ideia de criar serviços ambulatórios de endoscopia e laparoscopia.
“Desenvolvo um serviço ambulatório de endoscopia flexível e rígida, bem como cirurgia laparoscópica e toracoscopia”, começou por explicar o veterinário que exerce a sua actividade na Clínica Veterinária de Fátima, acrescentando que aliou o seu conhecimento nesta área específica com o facto de estar munido com o equipamento adequado.
“O meu trabalho é muito dedicado a procedimentos de mínima invasão. Então meto o equipamento todo na carrinha e vou a outras clínicas, instalo os equipamentos lá e faço os procedimentos que forem solicitados. Como é uma valência com alguns custos de tecnologia, eu disponibilizo esse serviço a outras clínicas que, assim, não precisam de fazer o investimento, mas podem providenciar o procedimento ao paciente na mesma”, contou Rui Bio, adiantando que nos últimos anos houve “um grande desenvolvimento tecnológico” no que diz respeito ao tratamento animal.
Através deste serviço de ambulatório, Rui Bio anda três dias por semana na estrada, sendo que o grosso do seu trabalho é desenvolvido na “grande Lisboa”, onde o “mercado é maior”. No final de um ano, o clínico contabiliza em média cerca de 50 a 60 mil quilómetros, num trabalho que não cansa já que o faz “por gosto”.

Cuidado com os parasitas, em especial na primavera
Para além do serviço de ambulatório que presta, Rui Bio exerce clínica geral pelo que está bem ciente que uma das questões “extremamente revelantes” para o bem-estar animal está relacionado como cuidado que se deve com os parasitas.
“É uma diferença abissal entre o animal que vive num apartamento ou numa casa numa cidade e um animal que vive num regime de campo ou semi urbano. A pessoa que dorme com o animal na cama tem muito mais cuidado com o facto de o seu ‘bichinho’ apanhar pulgas do que a pessoa que tem o cão a viver no quintal. É normal”, conta Rui Bio, adiantando ainda que na altura da primavera o problema com os parasitas aumenta de “forma muito significativa”.
“Quando temos animais temos de pensar que eles são hospedeiros de parasitas, nomeadamente pulgas e carraças. Até o gato de casa pode ter parasitas mesmo não saindo de casa, porque nós saímos e as pulgas agarram-se à nossa roupa e quando chegamos a casa as pulgas vão para o gato”, explicou.
Nesse sentido, a desparasitação acaba por ser “o cuidado e a preocupação” que um dono de um animal de estimação deve ter, principalmente com a chegada da primavera.
Por outro lado, segundo o clínico, estatisticamente os animais de companhia, como cães e gatos, sofrem mais com problemas de pele e problemas de intestinos, sem esquecer a cada vez maior prevalência dos problemas respiratórios.
“No que diz respeito às alergias não há muita coisa que se possa fazer preventivamente e em termos de tratamento médico só intervimos quando a situação se está a tornar prejudicial ao bem-estar animal”, sublinhou Rui Bio.
Já quanto aos problemas dermatológicos, o médico assegura que se depara cada vez mais com “questões de inflamação da pele que aparecem do nada”, desconhecendo a origem das mesmas, mas admite que possam estar relacionadas com a alimentação. “A generalidade dos animais de estimação come comida industrializada ou processada. Nós todos padecemos do mesmo mal. Será que é daí?” questionou, vincando que “nas pessoas também está a acontecer o mesmo”.