
Nova espécie de réptil marinho descoberto na Marinha Grande
Foi descoberta uma nova espécie de réptil marinho do grupo dos ictiossauros, ou ‘lagartos-peixe’, que habitou a região da Marinha Grande há mais de 190 milhões de anos, durante o Jurássico Inferior, consolidando ainda mais este concelho como um dos principais ‘hotspots’ mundiais de paleodiversidade.
Batizado de ‘Gadusaurus aqualigneus’, este novo ictiossauro foi descoberto em 2021 na praia da Água de Madeiros, concelho da Marinha Grande, pela marinhense Isabel Morais Roldão, professora da Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, em Leiria.
De acordo com o município da Marinha Grande, o nome ‘Gadusaurus aqualigneus’ faz referência ao bacalhau (Gadus), devido às semelhanças morfológicas com os ictiossauros, e à Praia de Água de Madeiros, onde foi descoberto.
“A escolha do nome faz homenagem ao peixe que é símbolo identitário da cultura portuguesa, ligando património paleontológico e património imaterial”, salientou o município.
Trata-se de um animal “relativamente pequeno, distinguindo-se por um forâmen nasal de grandes dimensões, maior do que o documentado em outras espécies, e por dois sulcos simétricos nos ossos circundantes”.
Segundo o município, o “crânio apresenta alguma desarticulação, sugerindo que se trate de um animal mais jovem e cujos ossos não estavam ainda bem fundidos, ou que os ossos se deslocaram durante o processo de fossilização”.
O Gadusaurus viveu numa época de transgressão marinha, quando o nível do mar estava elevado e a região de Água de Madeiros se encontrava submersa, criando um “habitat ideal para este predador, que caçaria peixes e moluscos nas águas costeiras”.
O fóssil, de uma “importância científica excecional”, foi analisado por uma equipa internacional de investigadores, que confirmou tratar-se de uma espécie até então desconhecida. Atualmente, o fóssil encontra-se preservado no Museu da Lourinhã.