A 10 de Junho de 2024, o Dia de Portugal foi comemorado nos três concelhos mártires de 2017 – Pedrogão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos – para garantir de forma solene às populações do Interior rural que as tragédias de 2017 não se virão a repetir no futuro.
Infelizmente, o que aconteceu entre domingo, 15 de Setembro, e 5ª feira, 19 de Setembro de 2024 pôs de novo em evidência a falta de concretização de medidas eficazes que sejam capazes de impedirem no terreno os incêndios rurais. Vejamos telegraficamente a “fita do tempo” do que se passou nesses breves dias de destruição maciça:
1 – O IPMA preveniu atempadamente que a partir de 15 de Setembro, e durante 72 horas, se registariam condições muito favoráveis à propagação de incêndios agro-florestais;
2 – Logo a partir da manhã desse domingo registou-se um número muito elevado de ignições, sendo que apenas na noite de 15 para 16 o número de ignições ultrapassou as duzentas, que se concentraram em apenas quatro concelhos dos distritos de Aveiro e Porto;
3 – O número total de ignições entre 15 e 19 de Setembro ultrapassou as mil, sendo que uma grande percentagem destas ocorreu durante a noite!
Sublinhe-se que as condições atmosféricas foram as mesmas para todas as regiões a Norte do Tejo, mas curiosamente as ignições concentraram-se apenas em meia dúzia de Concelhos!...
É fundamental ter em atenção que mais de 98% das ignições têm “mão humana”: ou por ação criminosa ou por grossa negligência!