Mulheres ganham menos 16,7% do que os homens no distrito de Leiria
No distrito de Leiria, as mulheres ganham menos 16,7% do que os homens (180,50€/mês), ou 60 dias sem receber. Com prémios e subsídios, a diferença sobe para 20,6% (270,80/mês). Os dados são da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), que ontem assinalou o Dia Nacional da Igualdade Salarial, numa cerimónia durante a qual foram também celebrados os 45 anos de atividade da comissão, e entregue o Selo da Igualdade Salarial a 14.797 empresas que promovem a igualdade salarial entre mulheres e homens em Portugal, abrangendo, no total, 333.786 trabalhadores.
A atribuição do Selo da Igualdade Salarial é feita com base nos balanços das diferenças remuneratórias por empresa, obtidos com base nos dados do Relatório Único, e visa distinguir as empresas com mais do que um trabalhador que, possuindo um rácio igual ou superior a um terço do sexo menos representado, apresentem uma taxa de diferença salarial entre mulheres e homens, entre 1% e -1%.
Os dados mais recentes, citados pelo CITE, revelam que a disparidade salarial entre mulheres e homens corresponde a 48 dias de trabalho pagos aos homens, mas não pagos às mulheres.
“Em 2022, a diferença salarial entre mulheres e homens foi de 13,2%, ou seja, as mulheres ganharam menos 160 euros do que os homens. E se considerando os prémios e subsídios regulares, essa diferença aumentou para 16%, ou seja, menos 235 euros por mês”, lê-se na nota informativa, onde a comissão esclarece que estas discrepâncias acentuaram-se à medida que as qualificações e responsabilidades aumentaram.
“As mulheres em cargos de topo ganharam menos 854,10 euros do que os homens, e entre pessoas com ensino superior, a diferença atingiu os 642,40 euros”, conclui.
Além de fornecer instrumentos para orientar os empregadores na promoção da igualdade salarial nos seus locais de trabalho, têm sido desenvolvidas e reforçadas políticas, estratégias e medidas para promover a igualdade salarial entre homens e mulheres, assegura a comissão, dando como exemplo o sistema de gestão para a igualdade salarial entre mulheres e homens - requisitos e orientações.
“Esta norma, desenvolvida no âmbito de um projeto promovido pela CITE, define os requisitos necessários para que uma organização implemente, mantenha e gerencie um sistema de gestão destinado a eliminar a discriminação salarial com base no sexo e promover a igualdade salarial entre mulheres e homens no trabalho por conta de outrem, podendo ser usada por entidades de diversa tipologia, dimensão e natureza jurídica, abrangendo vários níveis hierárquicos, áreas de atuação, locais e formas de trabalho subordinado”, esclarece.