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A memória coletiva através de um período temporal?! (IX)

Dezembro 1, 2024 . 12:15
Opinião: "Esta rede dará mais autoridade e reconhecimento aos Museus Etnográficos, que, estando organizados em parceria, terão mais capacidade para a realização de protocolos com diversas instituições".

O espaço territorial envolvente ao Museu também tem a sua importância. Isto é, desde a existência de um simples restaurante ou outro pequeno comércio, na localidade onde está o Museu, passando por outros espaços de atração turística, assim como os acessos, são fatores que ajudam a promover a visita.
Após alcançado o espaço territorial envolvente, torna-se útil que se crie uma rede de Museus / Núcleos Etnográficos no sentido de todos se promoverem mutuamente e não se fecharem dentro do seu espaço territorial, de forma a despertar a curiosidade e a partilha com outros que mostrem vivências diferentes em espaços territoriais dissemelhantes.
A promoção da rede passa por criar parcerias onde se possa colocar informação relativa ao Museu, com brochuras ou panfletos que sejam práticos e de informação rápida de entender e atrativa. Estas e outras parcerias devem passar pelas entidades oficiais e também pela comunicação social, que devem ser sensibilizados para a necessidade de promover positivamente o Museu / Núcleo que fazem parte integrante da região onde está inserido. A mesma promoção passa pelo mundo virtual, como já foi referido.
Tudo isto são pequenos e simples passos que todos nós conhecemos e já tentamos fazer. Mas, a chave mestra está na capacidade de conseguir sensibilizar as entidades locais e nacionais a alcançar a referida rede de forma a unirem esforços de promoção comum, definindo, num primeiro tempo, um mapa etnográfico, até porque a diversidade cultural que dá a base da Tradição é muito rica num país tão pequeno como o nosso.
São as diferenças culturais, tradicionais e essencialmente etnográficas, entre regiões, que podem unir esforços comuns de promoção. Para tal, é necessário que se consiga uma conclusiva rede de Museus Etnográficos que deverá passar, urgentemente, como foi referido, pela catalogação da existência dos mesmos.
É tempo de agirmos, até porque em 2007 os Museus Etnográficos não entraram nas percentagens da Rede Portuguesa de Museus e esta está cada vez mais apertada para a promoção da Etnografia.
Não se pretendem Museus Etnográficos eruditos, até porque essa não é a base da cultura tradicional. Mas, os Museus Etnográficos têm de criar uma imagem comum que possa ser refletora dos desejos dos mesmos, que no fundo se resume à conservação, preservação e promoção da nossa Etnografia como identidade cultural e social da região onde estamos inseridos.
Esta rede poderá gerar maior visibilidade dos Museus Etnográficos: criando um sistema único de comunicação entre Museus aumentará, significativamente, as trocas de diálogo, informação, formação e experiência entre os Museus Etnográficos, na busca de soluções para problemas comuns; parcerias entre Museus Etnográficos no que consiste a montagem, circulação e partilha de exposições temáticas que poderá fomentar sistemas de registo e documentação que valorizará a comunicação entre os mesmos.
Esta rede dará mais autoridade e reconhecimento aos Museus Etnográficos, que, estando organizados em parceria, terão mais capacidade para a realização de protocolos com diversas instituições que podem passar por outros museus de índole semelhante, autarquias, Turismo e até escolas secundárias e superiores, Institutos Politécnicos e Universidades. Sendo, estes últimos, possíveis polos de angariação de estagiários que podem ajudar a desenvolver e a promover o Museu Etnográfico local.
Ficam estas simples e básicas notas para lançar o presente desafio, para que se comece a refletir sobre o que foi apresentando ao longo destes nove artigos e que esta hipotética Rede nos permita conhecer o que existe no país a nível da recolha Etnográfica.

Dezembro 1, 2024 . 12:15

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