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Trabalho, Capital e Produtividade

Dezembro 17, 2024 . 14:00
"Não é possível vencer o nosso atraso e a nossa pobreza sem maior crescimento económico, como não haverá maior crescimento económico sem o investimento de grandes empresas industriais dedicadas à exportação".

O governo da AD parece ser sensível às reivindicações de muitos empresários no sentido de facilitar a entrada de mais imigrantes porque, dizem, há falta de trabalhadores. Trata-se, mais uma vez, da mesma solução preconizada pelos governos anteriores do PS, cujo resultado é conhecido: a continuada degradação da economia portuguesa e o caminho imparável em direcção à cauda da União Europeia. Vejamos as causas:
1-Diz-se que há falta de trabalhadores, quando milhares de jovens não encontram emprego ou emigram e o desemprego, apesar de não ser elevado, comporta algumas centenas de milhares de trabalhadores. Ou seja, a razão para insistir em mais imigrantes resume-se em ser a forma mais eficaz de pagar baixos salários, em vez do investimento em capital para melhorar a produtividade. Na cabeça dos governos ainda não entrou a realidade de que o número de empresas portuguesas pequenas é superior a mais de 90% do total, sendo que a esmagadora maioria são comerciais e a viverem nas margens da sobrevivência através dos baixos salários. Empresas com baixíssima produtividade e limitadas ao mercado interno, sem capital e sobrevivendo apenas do factor trabalho, empresas que morrem todos os anos cerca de 70.000 para nascerem outras tantas, num enorme desperdício das energias nacionais.
2- O governo da AD, como os governos anteriores do PS, aparenta não compreender que as grandes empresas industriais como, por exemplo, a AutoEuropa, combinam trabalho e capital, este sob a forma de equipamentos com elevados níveis de automação, investimentos que contribuem para uma produtividade mais elevada, o que lhes permite pagar salários mais compensadores. Governos que não atinam com esta realidade nacional e passam o tempo a elogiar as pequenas e médias empresas e a sem compreenderem que com este modelo económico a economia portuguesa não cresce coisa que se veja, dirigindo-se irremediavelmente para a cauda da União Europeia.

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