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Um Bloco de hipocrisia

Março 9, 2025 . 17:00
Opinião: "Em 2022, o Bloco despediu funcionários, entre eles duas mulheres ainda durante a licença de maternidade e enquanto amamentavam, num processo ferido de graves suspeitas de ilegalidades em investigação pelo Ministério Público, dando como razão a perda de receitas que a redução do número de deputados trouxe ao partido".

O Bloco de Esquerda representa muito pouco dos portugueses. Irrelevante na maior parte do território, tem apenas 5 deputados no Parlamento, dois eleitos por Lisboa, dois pelo Porto e um por Setúbal. Com uma votação que não chegou aos 3% em seis distritos, ficou abaixo de 5% no total nacional, o que o colocava fora do Parlamento em várias democracias europeias. A nível autárquico, não lidera qualquer Câmara Municipal.
Mau grado a sua diminuta representatividade, tem o atrevimento constante de falar em nome dos portugueses e a dar lições de democracia, de conduta e de solidariedade, apregoando uma moral que consabidamente lhe falta. Não se sabe (ou saber-se-à bem…) é porque tem na comunicação social, e sobretudo nos canais televisivos, uma penetração muito mais que proporcional ao seu peso na sociedade e na representação parlamentar. Facto é que muito do critério jornalístico parece ter feito voto perpétuo de obediência e devoção ao ideário e agenda bloquista. Esquecendo sempre os pergaminhos estalinistas e trotskistas dos seus fundadores que os actuais dirigentes não renegam e até cultivam, e que deram num rol interminável de terror, assassinatos, torturas, goulags, barbaridades sem conta, mortes à fome, nomeadamente na Ucrânia
Em 2022, o Bloco despediu funcionários, entre eles duas mulheres ainda durante a licença de maternidade e enquanto amamentavam, num processo ferido de graves suspeitas de ilegalidades em investigação pelo Ministério Público, dando como razão a perda de receitas que a redução do número de deputados trouxe ao partido. Um despedimento que mostra a hipocrisia do Bloco que prega para os outros uma doutrina e uma ética que assumidamente não pratica. Uma completa impostura por parte de quem, num aproveitamento indigno das contingências de mercado a que empresários e gestores estão sujeitos, sumariamente condena todos e quaisquer despedimentos, mesmo que, cumprindo as normas legais, estejam inseridos em processos de reestruturação, condição de salvação de outros postos de trabalho.
Mas, no caso do Bloco, com a agravante de que, à data do despedimento, e tal como publicado nas suas contas, mostrarem fundos patrimoniais de 2,2 milhões de euros, um passivo de apenas 103 mil euros e depósitos bancários de 792 mil euros.
Ironia suprema foi esses fundos permitirem que o Bloco viesse a admitir Catarina Martins como colaboradora logo após a sua renúncia à direcção do partido e à função de Deputada.
O que diria o Bloco se uma empresa despedisse trabalhadores e concomitantemente admitisse o Presidente do Conselho de Administração?
Mas não, o Bloco nunca despede ninguém, apenas extingue postos de trabalho…os seus dirigentes o dizem…

Março 9, 2025 . 17:00

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