
Marinha Grande quer ligação rodoviária à futura estação de Leiria da alta velocidade
A Câmara da Marinha Grande defende uma ligação rodoviária à futura estação de Leiria da linha ferroviária de alta velocidade, no âmbito da consulta pública do estudo de impacto ambiental do troço entre Soure e Carregado.
“(…) Urge encontrar forma de levar/trazer os cidadãos de dentro da Marinha Grande até à estação”, lê-se numa nota à imprensa sobre a posição do município, explicando que, “para tal, será necessário construir uma ligação rodoviária entre Marinha Grande e a [futura] estação”.
Esta ligação “seria o cumprimento do que foi assumido há três décadas”, de fazer o Itinerário Complementar (IC) 36 desde a Autoestrada 1 até ao mar, lê-se na nota.
O IC36, com uma extensão de 6,6 quilómetros e portagens, liga as autoestradas 1 e 8 em Leiria.
“Assim teríamos uma variante nascente que garantia a facilidade e rapidez de acesso” à futura estação de Leiria da linha de alta velocidade Porto-Lisboa, “mas também um acesso privilegiado, rápido, com ligação direta às autoestradas” 1, 8 e 17.
O troço Soure – Carregado atravessa os concelhos de Rio Maior, Azambuja, Alenquer, Cadaval, Caldas da Rainha, Alcobaça, Porto de Mós, Leiria, Marinha Grande e Pombal. Estes últimos quatro integram a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria.
No estudo de impacto ambiental, encomendado pela Infraestruturas de Portugal e agora em consulta pública, há duas soluções para este troço, A e B. A primeira tem quase 116 quilómetros e a segunda pouco mais de 117 quilómetros, apresentando-se várias alternativas de traçado segundo as soluções base.
A ligação da futura linha de alta velocidade à Linha do Norte será feita na zona do Carregado.
Já a futura estação de Leiria “permitirá a interligação com a Linha do Oeste, sendo que, para o efeito, a Linha do Oeste é desviada do seu traçado atual” para junto da linha de alta velocidade, para “poder utilizar a estação conjunta”.
Assim, a futura estação ferroviária de Leiria, que “funcionará para a alta velocidade e a ferrovia convencional (Linha do Oeste)”, terá associado o desvio da Linha do Oeste entre a Marinha Grande (a sul da estação) e Regueira de Pontes (a norte da estação), “de modo a levar a Linha do Oeste à nova estação”.
Na nota de imprensa, a Câmara da Marinha Grande considera que a solução B “representa a alternativa mais vantajosa para a região (melhor conectividade ferroviária, maior acessibilidade e integração intermodal eficiente)”, além de que a relocalização da Linha do Oeste é “uma oportunidade única para transformar o canal a desativar entre a Marinha e Leiria num eixo estruturante de transporte público de alta capacidade e frequência a decorrer entre o centro das duas cidades”, propondo um sistema de metro superfície ou carreira rápida.
Por outro lado, sustenta que a construção da linha de alta velocidade, com a estação na Barosa (Leiria), “vai ter impactos estruturantes na mobilidade sustentável” no concelho, defendendo esta como “uma oportunidade estratégica para solucionar questões rodoferroviárias” da cidade da Marinha Grande para com o exterior.
A consulta pública do estudo de impacto ambiental, que termina no dia 21, contabiliza quase 280 participações.
Na próxima sexta-feira, a partir das 17:30, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, em Leiria, está prevista uma sessão de esclarecimento sobre o troço, promovida para Agência Portuguesa do Ambiente (APA). A iniciativa aparece, no sítio na Internet, como esgotada.
A Câmara de Pombal pediu a realização de uma outra sessão na Região de Leiria, tendo a APA comunicado a impossibilidade de realizar novas iniciativas destas, disse fonte da autarquia, explicando que se insistiu no pedido, mas ainda sem resposta.
O presidente da APA, José Pimenta Machado, revelou à Lusa que vai avaliar a realização de nova sessão.