Guterres alerta para "ameaças existenciais" geradas pela crise climática e tecnologias
O secretário-geral da ONU alertou hoje para as "ameaças existenciais" geradas pela crise climática e pelo rápido avanço da tecnologia, apelando a que as Nações Unidas se tornem palco central dos debates em torno da Inteligência Artificial.
No seu discurso de abertura do Debate da 79.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, António Guterres assegurou que o mundo está em "colapso climático", frisando que as temperaturas extremas, os incêndios violentos, as secas e as inundações em grande escala e com cada vez mais intensidade e frequência "não são desastres naturais".
"São desastres humanos, cada vez mais alimentados por combustíveis fósseis. Nenhum país é poupado. Mas os mais pobres e vulneráveis são os mais atingidos", lembrou.
De acordo com o líder da ONU, os riscos climáticos "estão a abrir um buraco" nos orçamentos de muitos países africanos, custando até 5% do Produto Interno Bruto (PIB) a cada ano.
Numa nota de esperança, o secretário-geral da ONU salientou que, à medida que os problemas climáticos pioram, "as soluções estão a melhorar", destacando que os preços das energias renováveis estão a baixar, a sua implementação está a acelerar e "vidas estão a ser transformadas por energia limpa acessível e barata".
Após a crise climática, Guterres direcionou atenções para o rápido crescimento de novas tecnologias e para o "risco existencial imprevisível" que elas representam.
A Inteligência Artificial (IA) "mudará praticamente tudo o que conhecemos", desde o trabalho à educação e comunicação, até à cultura e política, salientou.
O debate de alto nível da UNGA79 arrancou hoje, em Nova Iorque, com a presença de dezenas de chefes de Estado e de Governo de todo o mundo, e irá prolongar-se até ao próximo dia 30.