Habitação para pessoas com paralisia cerebral faz nascer Observatório Ibérico
A procura de soluções de habitação para pessoas com paralisia cerebral fez nascer o Observatório Ibérico de Residências (OIR) que reúne sete associações de Portugal e de Espanha ligadas ao setor na partilha de conhecimento, de acordo com o que foi hoje anunciado.
Fatores como a Velhice ou incapacidade do cuidador para tratar do familiar com paralisia cerebral, e o aumento da esperança de vida destes, pesam muito nas respostas sociais existentes nos dois países, que enfrentam “grandes listas de espera”, segundo o Observatório.
As entidades fundadoras são a Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC), a Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa, a Associação de Paralisia Cerebral de Viseu, o Centro de Paralisia Cerebral de Beja, a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Faro e, ainda, a Asociacíon de Familias de Personas com Parálise Cerebral e o Centro de Atención Integral AMENCER-ASPACE Vigo.
Da Asociacíon de Familias, com sede em Vigo, Espanha, a gerente Conchi Somoza conta que o convite partiu de Portugal, da APPC, com "um email que procurava profissionais para partilhar boas práticas e que acabou por receber a adesão de duas instituições espanholas, mas com capacidade para crescer”.
Dispondo, tal como em Portugal, de “recursos residenciais com várias tipologias que vão da moradia ao apartamento”, a representante no OIR das associações espanholas lembra os “50 anos de experiência no tratamento da paralisia cerebral” em ambos os países para justificar “os ganhos que surgirão pelo trabalho em conjunto”.
Composto por técnicos especializados e de diferentes áreas, o observatório vai dedicar-se a quatro temáticas: Saúde, Políticas Sociais, Direitos e Prestação de apoio/autonomia funcional e tem como principal objetivo capacitar a sociedade civil, as tutelas institucionais e os técnicos de instrumentos que possam melhorar a tomada de decisão sobre diferentes temáticas, melhorando e otimizando os serviços prestados a milhares de beneficiários destas respostas.
O Diretor-técnico das unidades residenciais da APPC, Pedro Meireles, revelou à Lusa que em Portugal a estimativa é que existam “entre 20.000 a 22.000 pessoas com paralisia cerebral”.