Universidade de Coimbra cria biossensores que ajudam na deteção da doença de Parkinson
A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu biossensores que podem diferenciar as estruturas de uma proteína ligada ao Parkinson, auxiliando na deteção da doença, anunciou hoje aquela instituição de ensino.
O projeto OLIGOFIT, Oligomer-Focused Screening and Individualized Therapeutics to target Neurodegenerative Disorders, através da FCTUC, tem contribuído especificamente para desenvolver estratégias de deteção da doença que se relacionam com marcadores proteicos conhecidos e a sua agregação, revelou aquela Faculdade, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
A doença de Parkinson é uma das várias condições classificadas como sinucleinopatias, que estão intimamente ligadas à presença da proteína alfa-sinucleína - responsável pela formação de depósitos anormais conhecidos como corpos de Lewy, que interferem com o funcionamento do cérebro.
Durante a investigação, “o projeto permitiu analisar monómeros, oligómeros e estruturas fibrilares da proteína, investigando a sua relevância para a doença e estudando meios capazes de capturar os agregados indesejados”.
“No DEQ, desenvolvemos biossensores capazes de diferenciar as estruturas de alfa-sinucleína, uma vez que existe uma relação entre as manifestações clínicas e as estruturas agregadas de proteína”, adiantou.
Segundo a FCTUC, esta investigação integrou uma equipa multidisciplinar e representa mais um passo na compreensão desta doença e na procura de tratamentos individualizados, contribuindo para uma abordagem mais eficaz no combate a esta condição.
A doença de Parkinson, uma condição neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e que se instala ao longo de vários anos, é habitualmente diagnosticada com base em sintomas cardinais, como tremores e rigidez de movimento.
No entanto, esses sinais indicam um estado mais avançado da doença, “que torna o diagnóstico precoce uma necessidade urgente”, defendeu a FCTUC.